Sacos e tapetes não foram feitos
para serem puxados. Mas isso tem sido cada vez mais frequente no mundo
corporativo. E uma puxada invariavelmente vem acompanhada da outra.
Obviamente isso sempre houve, e
sempre haverá. No entanto, as organizações devem se blindar contra esse tipo de
prática que, devagar, mas de maneira devastadora e quase
irreversível, destrói a autoestima, a motivação, o sentimento de justiça e o vínculo
entre CPF e CNPJ, contaminando a todos, exceto uma pequena minoria beneficiada.
Muitas vezes, o excesso de
problemas faz com que o administrador, até sem perceber, busque se cercar
daqueles que só lhe trazem boas notícias, mesmo que lá fora o mundo esteja
desmoronando. É a confirmação daquele antigo ditado, “a ignorância é o segredo
da felicidade”.
Na realidade temos dois tipos de
otimistas. Aquele que desconhece o problema e um outro, ainda pior: que o
mascara, de forma a mostrar um mundo cor-de-rosa para o chefe. Esses dois tipos
são tão ou mais danosos para a organização quanto o seu oposto: o “nuvem-negra”,
aquele que só vê o lado negativo, que só aponta problemas (problemas, aliás, que
sempre estão no outro, nunca nele próprio).
Os três, na prática, nada fazem de
útil para a empresa, mas o segundo é maquiavélico, está sempre conspirando. Em
grupos de trabalho, frequentemente exalta a participação daquele cara
inexpressivo, que não constitui uma ameaça à sua busca incessante de
autopromoção.
Qual seria a postura ideal? A
resposta é óbvia, embora muitos prefiram não querer enxergar. Não esconda os
problemas. Exponha-os, mas também aponte a solução. E seja parte dela! O que
mais se vê por aí é: “Eu estou fazendo o meu, já fulano...”
Cada vez mais, o corre-corre, o
foco no curto prazo, na entrega, no operacional, ou mesmo aspectos externos, políticos,
ou ainda por pura e simples miopia, tem feito com que a alta cúpula das organizações negligencie a sucessão de seus líderes.
E abra mão de algo fundamental: o pensar e o agir estratégico.
Mais tarde a empresa paga a conta.
E caro.