Há algumas semanas, participei de
uma competição esportiva no Banco do Brasil. A empresa na qual trabalho
atualmente - uma controlada do BB - participou pela primeira vez do evento, e competi
em vários esportes, como sempre ocorreu quando eu ainda era do Banco.
O evento
fechou com chave de ouro, no Mané Garrincha. Muito bom vivenciar essa
experiência tão diferente! Observar o cuidado da equipe organizadora em cada
detalhe, ver seu nome no telão do estádio, deparar-se com seu uniforme
personalizado num vestiário por onde já passaram monstros sagrados do futebol,
jogar uma partida naquele gramado e, finalmente, confraternizar-se com tantos
amigos na cerimônia de encerramento, realmente não teve preço.
Ganhei umas medalhinhas aqui e
ali. No xadrez, especificamente, disputei o ouro até o final. Mas falhei no
momento decisivo, nas duas modalidades. Até aí nada de mais, pois meus
adversários eram melhores do que eu.
Mas vamos supor que o resultado
valesse alguma coisa – e é claro que não valia, pois tudo era uma grande festa.
No esporte, no trabalho, na vida,
todos passamos por situações de fracasso. Talvez o termo seja um pouco forte,
mas fiquemos com esse mesmo.
Como superar a derrota? Muitos
falam em resiliência, cujo símbolo maior é o bambu, que verga nos momentos
difíceis, mas sempre retorna à sua condição original, em razão de uma raiz
forte e de sua flexibilidade.
Mesmo nas condições mais
adversas, nas grandes perdas, precisamos a todo custo resistir e seguir em
frente. Essencialmente pelas pessoas que nos amam, pelas que amamos, por nós
mesmos, e por muitas outras razões, que variam de indivíduo para indivíduo.
Nos últimos anos surgiu o
conceito de antifragilidade, um neologismo que representa a resiliência
adicionada de um algo mais. Ou seja, na adversidade, não só resistimos, mas crescemos
e nos tornamos melhores.
O antifrágil se tornou um modismo
entre palestrantes e consultores, mas não traz nada de novo. É fácil constatar
que muita gente amadurece e evolui a partir de experiências negativas. Também
por isso, pessoas que não passaram por grandes dificuldades tendem a se abalar por
quaisquer pequenas frustrações. E não adianta muito contraargumentar. Para
elas, o seu problema é verdadeiramente o maior que existe.
Estar
atento a essas questões, relativizar os problemas, olhar pra si, mas também olhar
em volta e oferecer ajudar, por menor que seja, contribui para percebermos que
somos apenas uma peça na grande engrenagem da vida.