domingo, 9 de setembro de 2012

Reflexões...


Não sei se é politicamente correto, mas...

- Desconfie de quem concorda com tudo, para quem tudo está sempre maravilhoso;

- Desconfie de quem discorda de tudo, para quem tudo está sempre uma droga;

- Numa discussão produtiva, o normal é as pessoas alternarem-se entre o falar e o ouvir. Atenção àqueles que adoram ouvir a própria voz, mas não têm a mesma disposição na hora de escutar;

- Um bom termômetro para saber se você está indo bem (na vida ou em qualquer outra área) é quando você é querido por muitos... e detestado pelos picaretas;

- É muito fácil ser um chefe bonzinho, fazer todo mundo gostar de você. Mas isso só é bom se o serviço está sendo feito, se a empresa também está sendo beneficiada. Afinal, trabalho é uma relação de troca;

- Não adianta apenas dizer que você está sempre aberto à discussão, ao feedback. Você precisa, naturalmente, propiciar condições para que as pessoas cheguem até você;

- Você pode e deve ser amigo de seus subordinados, desde que isso não interfira na isenção das suas decisões, especialmente quando o assunto for promoção;

- Fique atento àqueles que dedicam preocupação excessiva em mostrar resultado para trabalhos que “estão na mídia”, que têm visibilidade. Verifique se aquele trabalho duro, necessário, mas que não dá ibope, recebe a mesma atenção, ou se está sendo varrido para debaixo do tapete;   

- Não se deve tratar igual os desiguais. Substitua a igualdade pela equidade. Seja justo, valorize quem efetivamente se dedica. Infelizmente isso vai gerar algumas antipatias, mas é o preço a se pagar. Mas atenção! Cuidado para não extrapolar a questão da hierarquia no trabalho. Isso é apenas uma questão de estrutura organizacional. Fundamentalmente, você não é melhor que ninguém;

- Para saber se você está agindo corretamente, coloque-se do outro lado e verifique se você continua pensando da mesma forma;

- Pare de reclamar. Quer dizer, reclame um pouquinho, mas saiba que sempre há o que fazer na sua esfera de atuação. Quase nunca os problemas são inteiramente alheios a você, embora seja muito cômodo pensar dessa forma;

- Fuja dos puxa-sacos. Eles, literalmente, lhe puxam pra baixo!

E pra concluir: mesmo sabendo que a ignorância é o segredo da felicidade, prefira o conhecimento...

sábado, 1 de setembro de 2012

Pé-trocado


Recentemente me disseram que eu ando muito sério nas minhas postagens, que eu deveria escrever algo mais leve, como em outros tempos. Então vamos lá.

Essa um amigo que está morando no exterior certamente vai lembrar, pois de vez em quando não perde a oportunidade de contar para alguém.

Certo dia, a lâmpada que ficava logo acima da minha estação de trabalho estava sem acender e esse meu amigo, sempre solícito, se dispôs a consertar. Tirou o sapato, subiu na cadeira e resolveu o problema. Só que, enquanto isso, eu percebi que nossos sapatos eram iguais e resolvi tirar uma onda. Tirei os meus, calcei os dele e fiquei quieto.

Ele desceu, calçou meus sapatos e voltou à sua mesa, sem se dar conta da troca. Ocorre que eu calço um número a mais que ele. Depois de certo tempo, meu amigo percebeu que havia algo errado. A todo instante, parava de digitar, olhava para os pés, movimentava-os para os lados e imaginava como eles poderiam ter “encolhido”. Eu sentava bem à sua frente e fingia não perceber seu incômodo.

Isso ocorreu pela manhã. Durante todo o dia, meu antigo parceiro de tênis, ex-militar, sistematicamente repetiu o gesto de olhar pra baixo, mexer os pés, franzir a testa e voltar ao trabalho, cada vez mais intrigado.

Quase no final da tarde, eu estava de pé a uns cinco metros dele, conversando com outros colegas, quando meu amigo parou o que estava fazendo, olhou fixamente para os meus pés, para os dele, para os meus novamente, refletiu longamente e caminhou em minha direção, sem muita convicção.

Ao chegar, meio sem graça, perguntou educadamente:

- Com licença, Sérgio. Por acaso, será que nós não trocamos nossos sapatos por engano?

Morrendo de vontade de rir, controlei-me e respondi bem sério:

- Olha, você não acha meio comprometedora essa pergunta? Em que situação isso poderia ter ocorrido?

Ele coçou a cabeça, pediu desculpas e já ia voltando para o seu lugar quando eu e os demais não nos agüentamos, gargalhamos e entregamos o ouro.

Sempre que nos encontramos lembramos com bom-humor do episódio, um caso típico de inutilidade que entra para a posteridade...