terça-feira, 17 de janeiro de 2017

10 mil horas


Alguns autores – em especial o britânico Malcolm Gladwell, no seu best-seller Outliers, de 2008 – fazem referência à famosa regra das 10 mil horas, que seria o tempo de dedicação necessário para alguém ficar realmente bom em alguma coisa. Talvez haja um pouco de exagero nisso, mas não pude deixar de pensar no assunto quando da adesão de mais de 9 mil colegas ao plano de aposentadoria incentivada da empresa.
Para se ter uma ideia da dimensão desse número mágico, 10 mil horas representariam cerca de 5 anos ininterruptos de trabalho e dedicação.
Não é pouco.
Mas pode haver um paradoxo nessa afirmação. Afinal, o mundo está cada vez mais imediatista e dinâmico. Precisamos nos reinventar a todo instante e aprender coisas novas, pois muitos dos conhecimentos que levamos anos para absorver deixam de ser relevantes de uma hora pra outra.
De qualquer forma, boa parte fica, e talvez o que mais importa seja exatamente a capacidade de nos reposicionarmos frente a uma nova realidade. A visão holística, a resiliência e a leitura de cenários são características cada vez mais presentes e necessárias para um profissional nos tempos atuais.
Isso sempre me remete a uma palavrinha que resume praticamente tudo isso: Atitude. É não “terceirizar” o seu futuro, não retirar de si a responsabilidade do seu sucesso e, principalmente, do seu fracasso. É pagar suas dívidas antes de discursar sobre a dívida externa do país. E por aí vai...
Fiz essa rápida digressão sobre atitude, mas o meu propósito era falar sobre essa geração de profissionais que acaba de encerrar um ciclo profissional. Pessoas que ajudaram a construir a história da Tecnologia do BB, uma referência no país.
Um dos grandes segredos – dentre tantos outros – para essa grande engrenagem que é a TI do Banco continuar rodando é a renovação dos profissionais que a compõem.
A empresa precisa ter sempre novos profissionais, outros com um certo tempo de casa e também uma boa leva de “velhinhos”. É essa sinergia entre o novo e o tradicional que proporciona a troca de experiências, a inovação e, ao mesmo tempo, a estabilidade.
A sucessão é um dos temas que mais preocupa a estratégia das grandes organizações. Os que estão ingressando hoje serão os velhinhos de amanhã.
E nesse movimento cíclico da empresa – similar ao da vida –, chega o momento de nos despedirmos dos colegas que estão passando o bastão. A eles, a minha admiração, o meu respeito e o meu muito obrigado pela convivência e pelo aprendizado.
Eles deixam a empresa melhor do que encontraram, e agora certamente irão assumir novos desafios em suas vidas.
E irão superá-los, com a competência de sempre.

A todos, saúde e muito sucesso!