Desunião Europeia: o Reino Unido abandona o barco |
Um dia antes, o clima era de euforia.
As pesquisas indicavam vitória do Bremain.
Os mercados operavam em alta e parecia que tudo ia ficar na mesma.
Veio o plebiscito. E a surpresa.
Sabia-se que o resultado seria apertado. Tudo indicava que o bom senso iria prevalecer. Mas não. O Brexit – um acrônimo para British Exit, ou saída da Grã-Bretanha da União Europeia – ganhou. O termo é uma adaptação do Grexit, de 2012, quando se cogitou a saída da Grécia da zona do euro.
O placar de 52 a 48 soou como um
7 a 1. A Europa, como de resto o mundo inteiro, se sentiu como o Brasil no
Mineiraço. Atônita, desorientada.
A União Europeia ainda conta com 27
países – e outros, como a Turquia, permanecem negociando sua entrada – mas a
saída da Grã-Bretanha não é uma perda qualquer. O país é a quinta economia do
mundo, e a segunda da Europa, atrás apenas da Alemanha. Além disso, essa saída
pode desencadear movimentos semelhantes de outras nações. Itália, Holanda,
Suécia, Eslováquia e Dinamarca, dentre outros, têm movimentos separatistas, que podem
ganhar mais força a partir de agora. Até na França, grupos ultradireitistas
falam em abandonar o barco também.
O parlamento europeu já sinalizou que quer os britânicos fora o quanto antes, e devem jogar duro, com sanções que desestimulem outras iniciativas do gênero.
O Reino Unido é formado por
Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte – a outra Irlanda, da
capital Dublin, é independente. Certamente o resultado do plebiscito terá
consequências nessa composição. O primeiro-ministro Cameron anunciou sua
renúncia, e movimentos separatistas devem recrudescer. A Escócia majoritariamente
votou contra a saída, e a forma mais abreviada de retornar é sua
separação do Reino.
A única – e pífia – vantagem da
saída do Reino Unido da EU é que viajar para lá deve ficar mais barato. Londres
é a capital mais cara da Europa. A cotação da libra – eles nunca adotaram o
Euro – despencou logo após a derrota do Bremain.
Ainda não estão claras todas as
consequências desse evento, mas certamente a vida dos imigrantes no país da
rainha Elisabeth II não será fácil.
Já se fala em novo plebiscito. Mas a chance de reversão é mínima.
Já se fala em novo plebiscito. Mas a chance de reversão é mínima.
Uma vitória da intolerância, do
egoísmo.