
O problema é quando o indicador
vira um fim em si mesmo. Daí derivam alguns problemas. O primeiro: a
proliferação do controle. É número que não acaba mais, sem nenhum critério sobre
a real necessidade daquilo que é inventado. E às vezes somos bem criativos... Chega-se
ao absurdo de se criar indicador do indicador!
Mas isso não é o pior. A coisa
fica séria mesmo quando começamos a administar em função de indicadores.
Ou seja, há uma inversão de valores. Ao contrário de se utilizar os números
obtidos para identificar problemas, corrigir distorções e melhorar processos,
trabalha-se para produzir bons números, maquiar resultados, apresentar notas
boas.
Um exemplo crasso: define-se um
indicador de satisfação de clientes. Pronto! A partir desse momento, como
num passe de mágica, o índice de satisfação sobe assustadoramente! Sinal
de que o atendimento melhorou? Claro que não!
Funciona mais ou menos assim: primeiramente, definimos que não vamos mais registrar clientes insatisfeitos. Quando alguém reclamar de algo, o atendimento fará um "sambarilove", registrará um eufemismo qualquer na ferramenta de onde serão
extraídas as informações gerenciais e está resolvido. O problema em si continua, mas superficialmente parece que tudo está às mil maravilhas...
E rapidamente ocorre uma curiosa
acomodação. No início, é tudo meio velado, escondido. Com o tempo, a coisa vai
se institucionalizando, e praticamente todos assimilam esse modus operandi.
É nesse ponto que reverter esse quadro se torna um trabalho hercúleo, mas ainda assim fundamental. Caso contrário, em algum momento, os problemas vão aumentando de forma que com o tempo a situação vai se tornar inadministrável.
Todos gostamos de boas notícias, de verificar que tudo está correndo bem. Mas precisamos a todo custo agir com rigor, atacar a fundo os problemas que nos afligem, chegar às causas-raízes dos nossos males, só assim conseguiremos atingir os nossos objetivos.
No mundo corporativo atual, a
cobrança de curto prazo está imensa - e
só tende a aumentar - mas o administrador não pode perder de vista a preocupação
com a perenidade da organização.
Perfeito como sempre. Parabéns!
ResponderExcluirValeu, Odalis! Estou sempre preocupado em fazer o melhor no minha esfera de atuação!
ResponderExcluirA propósito, estou modelando um Workshop de Terceirização específico de Teste. Se quiser dar uma olhada...
Abraço!