Accountability está relacionado, de certa forma,
aos conceitos de governança e controladoria, e, nesses tempos de crise ética e
política, está mais atual do que nunca.
Como todo termo da moda, os consultores, principalmente, adoram
utilizá-lo, e muitas vezes de forma indevida.
Há alguns
anos, li na internet que “...o Governador do Ceará apresentará a accountability (andamento de projetos)
da Agenda Positiva do Estado.” Uma interpretação bastante simplista.
Fala-se em accountability horizontal, accountability vertical, accountability branda, mas pra mim, o accountability interno, aquele
relacionado à autorresponsabilização é a busca que devemos fazer sempre, e que
puxa os demais conceitos. Algo relacionado a um termo pelo qual tenho uma ideia
fixa: Atitude! É a não terceirização de nossas responsabilidades, a assunção do
protagonismo de nossas vidas, tanto no âmbito pessoal como profissional.
O oposto disso
tudo é um neologismo que conheci recentemente e considero perfeito: a desculpability, cada vez mais presente
na nossa sociedade, e particularmente nas organizações.
Mas por que
algumas pessoas sempre arranjam um culpado para todas as suas adversidades?
Porque é cômodo. Porque se eu sempre atribuo meus problemas a um fator externo,
eu não preciso mudar. É um mecanismo de defesa.
O problema
maior é quando a desculpability se torna
automática, e passamos a utilizá-la de forma subconsciente.
Temos vários
exemplos disso no nosso dia-a-dia.
Quando um
colega é promovido, o preterido normalmente acha (ou melhor, tem certeza) que o
processo foi injusto, que a vaga deveria ser dele.
Quando um
funcionário é advertido por chegar sempre atrasado, é o chefe que está pegando
no pé.
Eventualmente,
claro, o processo seletivo pode ter sido falho, o chefe pode estar sendo
rigoroso em excesso e podemos realmente estar sendo injustiçados. Afinal, estamos
falando de pessoas, e pessoas podem errar.
Mas
precisamos tentar um olhar crítico sobre nossas próprias atitudes. Somos a
pessoa mais importante para nós mesmos, mas na sociedade somos apenas mais um.
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