segunda-feira, 19 de março de 2012

Jumentices


Deu n’O Globo: “Jumentos brasileiros serão exportados para a China”. Calma, não vá imaginando que você vai se livrar daquele idiota... Trata-se do quadrúpede mesmo, o jegue, muito popular no nordeste brasileiro. Na Ásia, o simpático animal será utilizado na indústria de alimentos e de cosméticos.

A política de assistencialismo implantada pelo governo Lula, aliada à facilidade creditícia, alterou significativamente o paradigma de transporte nos rincões nordestinos. Primeiramente, a bicicleta tomou o lugar do animal. Na sequência veio a motocicleta, que impera até hoje.

O que a reportagem não citou é que, algum tempo atrás, a partir do momento em que se tornou dispensável, o jegue passou a ser objeto de uma curiosa atividade em determinadas localidades: a “desova jumentícia”. Na calada da noite, alguns municípios lotavam caminhões com sua população excedente de equus asinus e os despejavam em cidades vizinhas. Além de ser responsável por diversos acidentes nas estradas, o jumento também era nocivo à agricultura.

Li na Wikipedia que jumento, asno e burro são conceitos equivalentes. Até onde sei, o burro é resultado do cruzamento entre o cavalo e a jumenta, ou vice-versa. Ou seja, um perfeito filho duma égua. A mula seria estéril por ter 63 cromossomos, um meio termo entre os 64 do cavalo e os 62 do jumento.

Quando eu era publicitário, recebi um roteiro de um comercial, no qual um jumento enaltecia as qualidades de uma loja de produtos agropecuários. Para fazê-lo “falar”, precisávamos fazer com que o animal movimentasse a boca, para, em tempo de edição, executarmos a “dublagem” do texto. O asno, que não era burro, exigiu que o alimentássemos. Comprei um quilo de milho e, na falta de onde colocar, enchi meu capacete de motoqueiro para servir o bicho. Resultado: o jumento comeu todo o milho, mas devorou também o forro do meu capacete. Saí no prejuízo, mas até que a propaganda saiu legal...  

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