quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Que pena, Fortaleza!


Uma das derrotas mais doídas - se não a mais doída – nessas muitas décadas acompanhando esporte. E olha que já houve muitas. Acho que a pior havia sido a da Copa de 82, há mais de 40 anos.

Mas essa superou, por vários motivos. Primeiro por se tratar do time de coração, o que torna a coisa bem mais passional; segundo, pelo ineditismo do título que esteve praticamente nas nossas mãos, pela forma como ele escapou, e pela dificuldade que é chegar lá novamente.

Muito se fala da ascensão assombrosa do Fortaleza nos últimos seis anos, saindo de uma terceira divisão – na qual agonizou por longos oito anos – até se consolidar na elite do futebol brasileiro, com participação em duas Copas Libertadores da América seguidas, mais uma dentre as muitas conquistas de Marcelo Paz, Juan Pablo Vojvoda & cia.

Milhares de torcedores se mandaram pra Maldonado para presenciar o maior jogo da história do Leão. E foram de tudo o que era jeito: de avião, de carro, de moto, de ônibus, via Montevidéu, Buenos Aires, Porto Alegre...

Se pra mim - que nem dou tanta importância assim ao assunto, fui de avião e fiquei num hotel confortável na capital uruguaia - o retorno pra casa foi devastador, fico imaginando como foi a volta  daquele torcedor mais humilde, que respira futebol, que passou dias e dias na estrada em um ônibus desconfortável, e possivelmente dormiu nele durante sua rápida estadia em Punta del Este. Triste demais.

O Fortaleza é reconhecidamente o clube que mais evoluiu no futebol brasileiro em termos de gestão. E essa evolução tem se refletido em ótimos resultados em campo. Portanto, a tendência é seguir protagonista nas diversas competições que participa. Agora, chegar a um jogo da grandeza de uma final de Copa Sulamericana, dependendo apenas da conversão de um pênalti para atingir a glória, míseros 11 metros para uma conquista esportiva gigantesca, milhões e milhões de reais para o cofre do clube e uma visibilidade internacional gigantesca... Quando surgirá de novo uma oportunidade dessa?!

Apesar do grande momento do clube, o tricolor cearense ainda não tem a estrutura de um Athletico (PR), muito menos o poderio financeiro de um Red Bull Bragantino ou até mesmo de um Bahia neste momento. Não vamos nem falar de gigantes como Palmeiras e Flamengo, que estão a anos-luz de distância quando o assunto é grana.

Sejamos realistas: uma empresa qualquer, mesmo muito bem administrada, ainda assim pode enfrentar as intempéries do mercado e ser malsucedida. Se considerarmos o grau de imprevisibilidade do mundo do futebol, nada garante que o Fortaleza chegue tão cedo a um jogo dessa grandeza novamente. Uma pena.

Como diria o poeta: e agora como é que eu me vingo das derrotas da vida, se a cada gol do meu time eu me sentia um vencedor.


2 comentários:

  1. Léo Nonato - SãoPaulino8 de novembro de 2023 às 14:23

    Sensacional Sergio… Torci muito para o Fortaleza… e ano que vem você vai passar por isso na Libertadores… O Leão continua forte… um abraço

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  2. Valeu pelo comentário, Leo. Acho que Liberta vai demorar um pouco pra gente agora... Saudações tricolores! Grande abraço!

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