Uma das derrotas mais doídas - se não a mais doída – nessas muitas décadas acompanhando esporte. E olha que já houve muitas. Acho que a pior havia sido a da Copa de 82, há mais de 40 anos.
Mas essa superou, por vários motivos. Primeiro por se tratar
do time de coração, o que torna a coisa bem mais passional; segundo, pelo
ineditismo do título que esteve praticamente nas nossas mãos, pela forma como
ele escapou, e pela dificuldade que é chegar lá novamente.
Muito se fala da ascensão assombrosa do Fortaleza nos
últimos seis anos, saindo de uma terceira divisão – na qual agonizou por longos
oito anos – até se consolidar na elite do futebol brasileiro, com participação
em duas Copas Libertadores da América seguidas, mais uma dentre as muitas
conquistas de Marcelo Paz, Juan Pablo Vojvoda & cia.
Milhares de torcedores se mandaram pra Maldonado para
presenciar o maior jogo da história do Leão. E foram de tudo o que era jeito: de
avião, de carro, de moto, de ônibus, via Montevidéu, Buenos Aires, Porto
Alegre...
Se pra mim - que nem dou tanta importância assim ao assunto,
fui de avião e fiquei num hotel confortável na capital uruguaia - o retorno pra
casa foi devastador, fico imaginando como foi a volta daquele torcedor
mais humilde, que respira futebol, que passou dias e dias na estrada em um ônibus
desconfortável, e possivelmente dormiu nele durante sua rápida estadia em Punta
del Este. Triste demais.
O Fortaleza é reconhecidamente o clube que mais evoluiu no
futebol brasileiro em termos de gestão. E essa evolução tem se refletido em ótimos
resultados em campo. Portanto, a tendência é seguir protagonista nas diversas
competições que participa. Agora, chegar a um jogo da grandeza de uma final de
Copa Sulamericana, dependendo apenas da conversão de um pênalti para atingir a
glória, míseros 11 metros para uma conquista esportiva gigantesca, milhões e milhões
de reais para o cofre do clube e uma visibilidade internacional gigantesca... Quando
surgirá de novo uma oportunidade dessa?!
Apesar do grande momento do clube, o tricolor cearense ainda
não tem a estrutura de um Athletico (PR), muito menos o poderio financeiro de
um Red Bull Bragantino ou até mesmo de um Bahia neste momento. Não vamos nem
falar de gigantes como Palmeiras e Flamengo, que estão a anos-luz de distância
quando o assunto é grana.
Sejamos realistas: uma empresa qualquer, mesmo muito bem
administrada, ainda assim pode enfrentar as intempéries do mercado e ser malsucedida.
Se considerarmos o grau de imprevisibilidade do mundo do futebol, nada garante
que o Fortaleza chegue tão cedo a um jogo dessa grandeza novamente. Uma pena.
Como diria o poeta: e agora como é que eu me vingo das
derrotas da vida, se a cada gol do meu time eu me sentia um vencedor.
Sensacional Sergio… Torci muito para o Fortaleza… e ano que vem você vai passar por isso na Libertadores… O Leão continua forte… um abraço
ResponderExcluirValeu pelo comentário, Leo. Acho que Liberta vai demorar um pouco pra gente agora... Saudações tricolores! Grande abraço!
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